Viro

23/03/2020

Poema de Junio Dutra

Enquanto vira minha cabeça, desvira o mundo.

Preocupo com minha falta de ar, de som, sentidos e palavras.

E do Senhor vírus, nos restam poesia. Ardida.

Viro bicho com sede de vogais, fome de versos, ânsia de proteção.

É patrão e empregado na mesma sala.

Preto e branco no mesmo tom.

Homem e mulher no mesmo ventre.

Crianças e Idosos na mesma idade.

É o mundo por um fio de vidas.

É por isso, que os corpos andam tão aflitos.

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