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Poema de Junio Dutra
Enquanto vira minha cabeça, desvira o mundo.
Preocupo com minha falta de ar, de som, sentidos e palavras.
E do Senhor vírus, nos restam poesia. Ardida.
Viro bicho com sede de vogais, fome de versos, ânsia de proteção.
É patrão e empregado na mesma sala.
Preto e branco no mesmo tom.
Homem e mulher no mesmo ventre.
Crianças e Idosos na mesma idade.
É o mundo por um fio de vidas.
É por isso, que os corpos andam tão aflitos.